quinta-feira, 16 de março de 2017

Qualidade de ensino

O caminho para a qualidade

Sistemas de alto desempenho revelam seus segredos para avançar na Educação: selecionar os melhores professores, cuidar de sua formação, não deixar nenhum aluno para trás e preparar grandes gestores

por: 
 
Rodrigo Ratier
Setembro de 2008
No Brasil, a divulgação dos resultados de testes internacionais de aprendizagem costuma provocar emoções contraditórias. A primeira é a tristeza. Afinal, quase invariavelmente ocupamos as últimas posições do ranking. No Pisa (sigla em inglês para o Programa Internacional de Avaliação Comparada, aplicado em 57 países), por exemplo, é gritante a diferença entre as notas de nossos estudantes em relação à média da OCDE, o grupo que reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo (leia o gráfico abaixo).
Últimos da Classe 
Os testes internacionais atestam o mau desempenho dos alunos brasileiros em todas as disciplinas avaliadas
* PISA: Programa Internacional de Avaliação Comparada. ** OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Fonte: Education at a Glance 2007. Dados de 2006. Ilustrações: Diego Loza
* PISA: Programa Internacional de Avaliação 
Comparada. ** OCDE: Organização para a Cooperação
 e Desenvolvimento Econômico. Fonte: Education 
at a Glance 2007. Dados de 2006.
Passado o choque, é possível analisar com outro olhar esses mesmos números. Os nossos, vergonhosos, nos dizem onde estamos. Os dos campeões, muito superiores, nos indicam aonde ir. É aí que a tristeza dá lugar à esperança de que avançar é possível. Para isso, é preciso entender como os líderes dos rankings chegaram ao topo da Educação. 

Um recente estudo da consultoria americana McKinsey, chamado Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo, revela ótimas pistas nessa direção. Coordenado pela egípcia Mona Mourshed (leia entrevista exclusiva com ela), o relatório sintetiza mais de 200 entrevistas e visitas a 120 escolas de 20 países. O objetivo era identificar as razões do sucesso dos países mais bem posicionados no Pisa e os que subiram rápido no ranking. 

As descobertas foram resumidas em quatro "lições", apresentadas a seguir e exploradas em profundidade, com explicações detalhadas e depoimentos de brasileiros e estrangeiros. Segundo Mona Mourshed, as lições funcionam independentemente do contexto cultural do país - por isso, é possível reproduzi-las e obter bons resultados. No total, foram 25 os sistemas estudados. Examinar as medidas propostas e entender como elas podem ser aplicadas no Brasil são as tarefas a que se propõe esta edição especial de NOVA ESCOLA - pensada, confeccionada e distribuída exclusivamente para Secretários Municipais e Estaduais de Educação. Nossa intenção é ampliar a ref lexão sobre a qualidade do ensino e, principalmente, encontrar alternativas para o país caminhar rumo ao topo. 

As quatro lições da qualidade 

1 SELECIONAR SEMPRE OS MELHORES PROFESSORES 

O que diz o estudo: "A qualidade de um sistema educacional não pode ser maior que a qualidade de seus professores". 

Cada vez mais estudos comprovam que o professor é o principal responsável pelo sucesso da aprendizagem. Seu conhecimento e sua atuação em sala de aula são o fator mais decisivo para o desempenho da turma, ultrapassando em importância o material didático e as metodologias de ensino (confira no gráfico abaixo os resultados de uma pesquisa sobre o tema no estado americano do Tennessee). Não por acaso, escolher bons profissionais é uma das políticas mais disseminadas entre os países de alto desempenho. Na Coréia do Sul, considerado o modelo a seguir, os futuros professores do Ensino Fundamental são recrutados entre os 5% dos alunos com melhor desempenho no Ensino Médio - as notas de corte da carreira são altíssimas. Situação bem diferente da brasileira: por aqui, boa parte do professorado vem dos 20% piores alunos. Nesse grupo, um em cada três estudantes sonha com a docência. Entre os 20% melhores alunos, a carreira atrai um contingente bem menor: só 11% das turmas. 

A importância de uma boa aula 
Pesquisa nos EUA indica que a qualidade do professor tem influência direta no desempenho dos estudantes
Dados do estado do Tennessee. Fonte: Cumulative and Residual Effects on Future Student Academic Achievement.
A receita sul-coreana para seduzir os melhores é uma combinação de salário inicial atraente, possibilidade de aprimoramento profissional e chance de trabalhar numa carreira valorizada socialmente - coisas distantes da nossa realidade. 

2 CUIDAR DA FORMAÇÃO DOCENTE 

O que diz o estudo: "A única forma de melhorar resultados é melhorar a instrução". 

Não basta recrutar os melhores. É preciso manter os professores sempre atualizados. A preocupação com a prática docente é comum aos sistemas de ponta, tanto na formação inicial como na continuada. Tutoria, trabalhos em grupo, cursos sobre as didáticas específicas... Existem várias maneiras de criar e disseminar as melhores estratégias de ensino. Em apenas três anos, o Reino Unido conseguiu um aumento de 12% nos índices de alfabetização ao apostar na formação em serviço (veja o gráfico abaixo). Já o Japão coloca professores para apoiar os iniciantes durante dois dias por semana, tudo amparado em lições-modelo.
A reforma que dá retorno 
Em 50 anos, o Reino Unido tentou de tudo para melhorar a alfabetização. A formação em serviço deu resultados em apenas três anos 


Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do 
Mundo Chegaram ao Topo.
O desafio brasileiro começa em superar as deficiências da formação inicial. Segundo o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2007, que avalia os cursos de ensino superior, 15% das faculdades de Pedagogia tiraram conceito 1 ou 2. Apenas 2% conseguiram a nota máxima, 5.
3 NÃO DEIXAR NENHUM ALUNO PARA TRÁS 

O que diz o estudo: "Alto desempenho significa que todas as crianças devem ser bem-sucedidas". 

A Finlândia é o país campeão no ranking de Ciências do Pisa, além de vice em Leitura e Matemática. A receita é simples: como todos os alunos aprendem, a média do país é alta. No Brasil, onde a repetência no Ensino Fundamental beira os 19%, muitos estudantes ficam pelo caminho. E o país despenca na lista internacional. 

Vários ritmos, todos aprendendo 
Na Finlândia, existe um professor de reforço para cada sete regulares. Resultado: todos aprendem

Ilustrações: Diego Loza
Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho 
do Mundo Chegaram ao Topo.
 
O "milagre" finlandês atende pelo nome de Educação Especial - um reforço no contraturno para os estudantes com mais dificuldades (como mostra o quadro à direita). Num ano qualquer, cerca de 30% dos alunos freqüentam esse tipo de aula. Ainda nesta reportagem, você conhecerá o dia-a-dia das aulas de reforço na Finlândia e poderá conferir as dificuldades para diminuir os índices de reprovação e implantar um esquema semelhante aqui, no Brasil.
4 PREPARAR GRANDES GESTORES 
O que diz o estudo: "Toda escola precisa de um grande dirigente". 

A função do gestor é das mais importantes: administrar o conjunto de recursos da escola de forma a criar um ambiente de aprendizagem. Enquanto no Brasil a regra é aprender a fazer isso "na raça", com base na tentativa e erro do dia-a-dia, sistemas de alto desempenho perceberam que bons gestores conjugam características pessoais - como a liderança - e competências técnicas. Para desenvolvê-las, nações como Cingapura adotam políticas de atração de bons profissionais e fazem uma triagem rigorosa. Os candidatos passam por uma formação de seis meses, com direito até a estágio no exterior. 


Toda força à gestão

Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo.
Como adaptar os exemplos ao Brasil 
Tão importante quanto conhecer essas histórias é examinar nossa própria trajetória. Por isso, é hora de perguntar: quais características aproximam - ou afastam - o Brasil dos melhores países avaliados? O relatório da McKinsey é claro: os sistemas estudados já possuem as condições fundamentais para a qualidade, como parâmetros rigorosos de aprendizagem e um nível mínimo de investimento. Não é o caso do Brasil. No que diz respeito às expectativas de aprendizagem, nem sequer cumprimos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina a criação de uma base nacional comum para o currículo a ser contextualizada nos planos regional, estadual e local. "Apesar de 85% dos municípios e 76% dos estados afirmarem possuir orientações curriculares próprias, a verdade é que quase ninguém as conhece. É essencial tornar públicos os objetivos e as metas para que a qualidade da rede possa ser avaliada e cobrada", explica Maria de Salete Silva, consultora de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). 

O problema persiste quando o assunto é investimento. "Em todos os aspectos, os gastos são insuficientes em comparação com os sistemas de ponta", afirma José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e especialista em financiamento da Educação (os gráficos à direita expõem essa diferença). Enquanto investimos uma fatia de 3,2% do PIB na Educação Básica (os recursos novos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica devem agregar, no máximo, 0,2% a esse total), países desenvolvidos ficam na casa dos 4%. Com um agravante: essas nações gastam apenas na manutenção dos sistemas, enquanto no Brasil ainda é preciso ampliar a oferta para atender as 660 mil crianças de 7 a 14 anos que estão fora da escola. Sem contar a necessidade de recuperação de infra-estrutura (apenas metade das escolas públicas de Ensino Fundamental possui biblioteca, só 25% têm internet, e 15%, laboratório de Ciências) e de s alários, especialmente o inicial. Segundo o relatório McKinsey, em países em que a Educação é prioridade, um dos fatores que atraem bons docentes são os rendimentos compatíveis com os de outras profissões de formação semelhante, o que não ocorre aqui. 

Os recursos que fazem a diferença 
Sob qualquer critério, estamos longe do nível de gasto em Educação dos países mais desenvolvidos

* No Ensino Fundamental. Fonte: Education at a Glance 2007. Dados de 2004. Obs: o dólar PPP (poder de paridade de compra) é um fator de conversão que considera o poder de compra da moeda no país e não o câmbio. ** OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Quanto investir para obter qualidade? Há várias respostas. Para sair de uma situação não muito diferente da nossa, a Coréia do Sul dedicou durante uma década 10% do PIB à Educação. Na realidade brasileira, o porcentual adequado e o número de anos dedicados a esse esforço permanece objeto de debates. Mas a trajetória das nações que apresentaram uma rápida evolução mostra que, para possibilitar o salto de qualidade, é necessário eleger o sistema educacional como prioridade (inclusive do ponto de vista financeiro) pelo menos por um período de tempo. O mesmo raciocínio vale se o cálculo considerar a perspectiva do gasto por aluno. Hoje, o investimento é de cerca de 1,6 mil reais por estudante do Ensino Fundamental. São 133 reais por mês, bem menos do que qualquer mensalidade de escola particular. Com esse valor, não dá para sonhar com um ensino de qualidade. 

Os passos de uma longa caminhada 
O mais provável é que estados e municípios não tenham todo o dinheiro necessário para promover essa revolução. Assim, é essencial saber onde investir. Professores precisam de formação em serviço? Gestores sentem falta de noções de Administração? Diagnosticar essas necessidades é papel do secretário de Educação. "Reunindo a equipe técnica, é possível fazer rapidamente esse diagnóstico e conceber as medidas a serem tomadas", diz Salete. 

Se o problema parece grande demais, uma perspectiva é somar forças com outros municípios e estados. "É uma solução eficiente sobretudo para localidades menores, que, isoladas, não têm verba nem capacidade técnica para implantar projetos ambiciosos", afirma Juca Gil, professor da USP e especialista em política e organização da Educação Básica. Outras etapas igualmente importantes são compartilhar a definição de diretrizes com a rede e elaborar um planejamento - de preferência, por um intervalo que ultrapasse o mandato vigente para blindar as ações contra a falta de continuidade das gestões públicas. 

Por fim, não há como pensar em qualidade sem conceber um sistema de avaliação. "Um modelo adequado inclui tanto a auto-avaliação como a avaliação externa, em que a participação de pais e estudantes é essencial", opina José Marcelino. Se a distância ao topo da Educação é grande, um bom estímulo é saber que existem caminhos. E que uma longa caminhada começa com um primeiro passo.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA 
Custo Aluno-Qualidade Inicial: Rumo à Educação Pública de Qualidade no Brasil,
 Denise Carreira e José Marcelino Rezende Pinto, 128 págs., Ed. Global, tel. (11) 3277-7999, 23 reais 

Financiamento da Educação - Novos ou Velhos Desafios?, Nicholas Davies, 168 págs., Ed. Xamã, tel. (11) 5072-4872, 22 reais 

INTERNET Neste endereço é possível baixar a íntegra do relatório da consultoria McKinsey (em inglês)

Brasil Alfabetizado

EDUCAÇÃO

Adesão ao Brasil Alfabetizado termina em 20 de fevereiro

Ensino Básico

Nesta edição, 250 mil novas vagas serão ofertadas para alfabetização de jovens e adultos acima de 15 anos

por Portal BrasilPublicado08/02/2017 19h27Última modificação10/02/2017 12h23
No próximo dia 20 de fevereiro termina o prazo para que estados, municípios e Distrito Federal terminem o processo de adesão ao programa Brasil Alfabetizado. Nesta edição, 250 mil novas vagas serão ofertadas para alfabetização de jovens e adultos acima de 15 anos, cerca de 50% a mais que em 2015.
De acordo com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Ivana de Siqueira, é importante que os estados e municípios não percam o prazo para fazer adesão ao novo ciclo do programa. “A alfabetização é uma porta de acesso à cidadania e permite que jovens e adultos participem de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida e possam, também, despertar o interesse pela elevação da escolaridade”, disse.
O MEC destinará, em 2017, R$ 132 milhões para custear despesas com material didático e pedagógico, formação dos alfabetizadores, alimentação e transporte dos alfabetizandos.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) mostram que, atualmente, mais de 12 milhões de pessoas com mais de 15 anos não são alfabetizadas. Esse número representa 8% da população nessa faixa etária.
Alfabetização
Criado em 2003, o Brasil Alfabetizado oferece apoio técnico e financeiro, em caráter suplementar, aos entes federativos, para a implementação de projetos que visem à superação do analfabetismo e à elevação de escolaridade da população acima de 15 anos. O programa é desenvolvido em todo o território nacional, com atendimento prioritário a municípios que apresentam alta taxa de analfabetismo.
O ciclo de 2015, desenvolvido ao longo de 2016, foi executado por 191 entes federados e atendeu a 168 mil alfabetizandos, em 17.445 turmas. Nesse mesmo ano, o programa contou com 17.088 alfabetizadores, 2.902 coordenadores e 105 tradutores intérpretes de libras.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Educação

práticas para alfabetizar

Alfabetização: 6 práticas essenciais

Conheça as ações para fazer toda a turma avançar, as características das atividades desafiadoras em cada um dos seis tópicos e os equívocos comuns

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1 Identificar o que cada criança da turma já sabe
O que é
Avaliar o nível de alfabetização e as intervenções mais adequadas para cada aluno. Antes mesmo de entrar na escola, as crianças já estão cercadas por textos, mas o contato com eles depende dos hábitos de cada família. Assim, uma turma de 1º ano vai apresentar uma variedade enorme de saberes, com estudantes pré-silábicos (quando as letras usadas na escrita não têm relação com a fala), silábicos sem valor sonoro (representando cada sílaba com uma letra aleatória), com valor sonoro (usando uma das letras da sílaba para representá-la), silábico-alfabéticos (que alternam a representação silábica com uma ou mais letras da sílaba) e, finalmente, alfabéticos (que escrevem convencionalmente, apesar de eventuais erros ortográficos).

Ações
A atividade de diagnóstico mais comum é o ditado de uma lista de palavras dentro de um mesmo campo semântico (por exemplo, uma lista de frutas) com quantidade diferente de sílabas. Com base nela, é possível elaborar um mapa dos saberes da turma e planejar ações (leia o depoimento abaixo). Também vale usar os resultados das sondagens periódicas para informar os pais sobre os avanços de seus filhos.
Mapa dos saberes é a base para formar grupos
Foto: Marcio Lima

"Quando comecei a alfabetizar, não utilizava os resultados dos diagnósticos em sala de aula. Hoje, o mapa da classe funciona como um subsídio obrigatório para a organização de grupos de alunos com saberes próximos. Uma criança pré-silábica precisa de uma ajuda muito diferente de uma alfabética, por exemplo. Além disso, o diagnóstico me ajuda a planejar atividades diferenciadas. Ao mesmo tempo em que trabalho textos de memória com os que estão em hipóteses menos avançadas, promovo a leitura com os que já sabem ler."

Elienai Sampaio Gonçalves de Brito é professora do 1º ano da EM Barboza Romeu, em Salvador, BA.
Os erros mais comuns
- Não usar as informações da sondagem no planejamento. Os dados do diagnóstico devem orientar as atividades, os agrupamentos e as intervenções.

- Não planejar atividades diferentes para alunos alfabéticos e não alfabéticos. Os que já dominam o sistema de escrita precisam continuar aprendendo novos conteúdos, como ortografia e pontuação.
Continue lendo a reportagem
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Fonte:

Guias sobre educação

GUIAS DA EDUCAÇÃO

Ideias simples e rápidas para participar da melhoria da Educação. Baixe, imprima e passe adiante


ATENÇÃO: para fazer os downloads abaixo utilize preferencialmente os navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Safari. Algumas versões do Internet Explorer estão danificando os arquivos zip e PDF dos cartazes e dos guias.

Para baixar os guias, acesse:
http://educarparacrescer.abril.com.br/guias-da-educacao/index.shtml#alfabetizacao

Guia de A a Z

Guia da alfabetização

Dicas práticas para ajudar seu filho a aprender a ler e a escrever sem qualquer dificuldade


ABC
da Alfabetização


Para ler o guia, acesse:

Tecnologia


TECNOLOGIA

41 sites que divertem e ensinam

Pedimos a 7 educadores avaliarem os principais sites com conteúdos educativos para crianças. Veja o que elas descobriram

21/06/2014 11:30
Texto Marina Azaredo
Educar
Foto: Maurício Melo

Evite que o computador vire uma babá eletrônica para o seu filho

Seu filho faz parte da chamada "geração Y". Também conhecida como geração da Internet, ela é composta por nascidos depois da década de 80 e tem como principal característica o seu crescimento em uma época de grandes avanços tecnológicos. Isso quer dizer que o computador faz ou fará parte da rotina dele (como a TV talvez tenha feito da sua). "As crianças e os adolescentes de hoje são nativos do computador e da internet. Já os adultos são imigrantes. São relações muito diferentes", afirma Melina Veiga, especialista em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação e professora de Informática do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo.
TecnologiaTudo sobre Tecnologia 
Como aproveitar a tecnologia na Educação? Dicas e orientações para tirar o melhor da internet - com segurança
Um dos principais símbolos dessa nova geração é justamente a internet. Seja ela via computador, seja via celular. A pesquisa Kids Expert 2008, encomendada pelo canal infantil Cartoon Network, mostra que 60% das meninas entre 7 e 15 anos ficam entre 30 minutos e quatro horas por dia conectados. Entre os meninos, o percentual é de 55%. Mais de 6 500 crianças foram entrevistadas no ano passado.

E o que essas crianças e esses adolescentes fazem na rede? Essa mesma pesquisa mostrou que eles passam boa parte do tempo em programas de mensagens instantâneas e redes sociais, como Orkut e Facebook, conversando com amigos e visitando álbuns de fotos - passatempos que não necessariamente acrescentam algo à formação intelectual.

O tempo passado na Internet pode ser voltado para o aprendizado e a aquisição de conhecimentos. Há diversos sites que incentivam o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes, ampliando o seu universo cultural. Combinando informação com diversão, eles são, também, um excelente passatempo, que podem entreter e divertir os jovens. "Há conteúdos muito ricos na internet, para todas as idades. Acessando sites adequados para a faixa etária, crianças e adolescentes poderão aproveitar o que há de melhor na rede", diz Helena Cortês, professora da Faculdade de Educação da PUC-RS.

É justamente por isso que os pais devem participar mais dessa navegação, dessa exploração do mundo, orientando os filhos e fazendo uma mediação durante os momentos em que ele usa o computador. Mesmo em sites seguros, de conteúdo educativo, pode haver "falha" na segurança. Sites voltados para crianças com comunidades que possibilitam a interação entre os internautas, por exemplo, precisam de moderação e de um bom sistema de cadastro. "Um dos maiores perigos da internet é a pedofilia. Em comunidades e sites de relacionamento, as crianças correm risco de se relacionar com pessoas mal intencionadas", alerta a educadora Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer para a Cidadania.

Outra recomendação dos educadores é que os pais atentem ao excesso de publicidade em determinadas páginas - há um projeto de lei em tramitação no Congresso que proíbe qualquer tipo de comunicação mercadológica voltada para crianças. "O apelo ao consumo por parte das crianças é algo condenável", afirma Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP. Também é bom prestar atenção no tempo passado em frente ao computador. "É preciso evitar que o computador se transforme em uma babá eletrônica. Ele deve ser apenas um dos muitos recursos usados na Educação de crianças e adolescentes", recomenda Helena Cortês.

A equipe do Educar para Crescer fez uma lista de sites educativos para crianças e adolescentes e solicitou a avaliação de sete especialistas em Educação:
  • Adriana Bruno, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Helena Cortês, professora da Faculdade de Educação da PUC-RS
  • Humberto Estevam, diretor de ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) 
  • João Luís de Almeida Machado, doutor em Educação pela PUC-SP e coordenador pedagógico da Escola Moppe, em São José dos Campos (SP)
  • Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer para a Cidadania
  • Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP 
  • Melina Veiga, especialista em Tecnologias Interativas Aplicadas à Educação e professora de Informática do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo
Veja a seleção de sites para crianças e adolescentes avaliados pelos educadores. Preste atenção às recomendações e divirta-se com o seu filho!