Em Presidente Prudente, 10,15% dos alunos só leem uma palavra
Índice foi constatado na Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA).
Estudo foi feito com estudantes do 3º ano do ensino fundamental.
O Ministério da Educação (MEC) identificou inadequação em relação ao aprendizado esperado dos alunos do 3º ano do ensino fundamental, em Presidente Prudente, considerada a maior cidade do Oeste Paulista. Conforme dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2014, há insuficiência de 10,15% no aprendizado da leitura, 13,07% na escrita e 34,95% na matemática. O estudo foi divulgado na quinta-feira (17).
A ANA foi aplicada aos estudantes do 3º ano do ensino fundamental que geralmente possuem oito anos, idade em que terminam o ciclo de alfabetização nas escolas. Dentro de cada área, os alunos, de acordo com os resultados, foram separados por níveis. Nos níveis superiores, o MEC entende que os alunos "provavelmente são capazes" de executar as ações das etapas anteriores.
Presidente Prudente
Apesar da insuficiência constatada, nas três áreas avaliadas, a maioria possui um bom resultado. Na leitura - sendo o nível 1 insuficiente e os demais (2, 3 e 4) adequados -, a maioria dos alunos está no nível 3 (42,74%), seguido do nível 2 (27,9%) e do nível 4 (19,21%).
Apesar da insuficiência constatada, nas três áreas avaliadas, a maioria possui um bom resultado. Na leitura - sendo o nível 1 insuficiente e os demais (2, 3 e 4) adequados -, a maioria dos alunos está no nível 3 (42,74%), seguido do nível 2 (27,9%) e do nível 4 (19,21%).
Na escrita, são cinco patamares, com os três primeiros insuficientes. Pela ordem, há 2,41%, 7,73% e 2,93%, totalizando 13,07% com aprendizado não adequado. No nível 4, são 63,91% e no 5 há 23,03%, ou seja, 86,94% adequados.
Na matemática, os níveis 1 (10,63%) e 2 (24,32%) são os patamares inadequados, com um total de 34,95% de crianças. Com o aprendizado adequado, são 65,05%, sendo 21,78% no nível 3 e 43,27% no nível 4.
Leitura
No nível 1, foram classificados aqueles estudantes que provavelmente são capazes de "ler palavras com estrutura silábica canônica [compostas de uma vogal e uma consoante], não canônica e ainda que alternem sílabas canônicas e não canônicas". No segundo nível, os avaliados devem localizar informações explícitas em textos curtos e reconhecer a finalidade de texto, entre outros itens.
No nível 1, foram classificados aqueles estudantes que provavelmente são capazes de "ler palavras com estrutura silábica canônica [compostas de uma vogal e uma consoante], não canônica e ainda que alternem sílabas canônicas e não canônicas". No segundo nível, os avaliados devem localizar informações explícitas em textos curtos e reconhecer a finalidade de texto, entre outros itens.
No nível 3, os alunos conseguem localizar informação explícita em textos de maior extensão, identificar o referente de um pronome pessoal do caso reto em textos e inferir relação de causa e consequência em textos exclusivamente verbais.
Já no quarto e último estágio, os estudantes reconhecem a relação de tempo em texto verbal e os participantes de um diálogo e conseguem identificar pronome possessivo, advérbio de lugar e pronome demonstrativo.
Escrita
No nível 1, os estudantes provavelmente não escrevem as palavras ou estabelecem algumas correspondências entre as letras grafadas e a pauta sonora, porém ainda não escrevem palavras alfabeticamente. Em relação à produção de textos, os estudantes provavelmente não escrevem o texto ou produzem textos ilegíveis.
No nível 1, os estudantes provavelmente não escrevem as palavras ou estabelecem algumas correspondências entre as letras grafadas e a pauta sonora, porém ainda não escrevem palavras alfabeticamente. Em relação à produção de textos, os estudantes provavelmente não escrevem o texto ou produzem textos ilegíveis.
No segundo grupo, as crianças provavelmente escrevem alfabeticamente palavras com trocas ou omissão de letras, alterações na ordem das letras e outros desvios ortográficos. Porém, também não conseguem escrever o texto ou produzem textos ilegíveis.
No terceiro nível, os estudantes provavelmente escrevem ortograficamente palavras com diferentes estruturas silábicas. Além disso, o texto pode apresentar alguns desvios ortográficos e de segmentação que não comprometem a compreensão.
Já no nível 5, os estudantes provavelmente sabem continuar uma narrativa, com uma situação central e final, articulam as partes do texto com conectivos, separam e escrevem as palavras corretamente, mas ainda podem apresentar "alguns desvios ortográficos e de pontuação que não comprometem a compreensão".
Matemática
No primeiro nível, espera-se que os alunos saibam contar até 20, ler as horas e minutos em relógio digital e comparem objetos pelo seu comprimento, entre outras habilidades. No nível 2, elas também reconhecem o valor monetário de cédulas e de grupos de cédulas e moedas, identificam o registro do tempo em um calendário, completam sequências numéricas crescentes e escrevem números de dois algarismos na ordem, além de somar até três algarismos e subtrair até dois algarismos.
No primeiro nível, espera-se que os alunos saibam contar até 20, ler as horas e minutos em relógio digital e comparem objetos pelo seu comprimento, entre outras habilidades. No nível 2, elas também reconhecem o valor monetário de cédulas e de grupos de cédulas e moedas, identificam o registro do tempo em um calendário, completam sequências numéricas crescentes e escrevem números de dois algarismos na ordem, além de somar até três algarismos e subtrair até dois algarismos.
Já no nível 3, a criança provavelmente é capaz de resolver problemas com números maiores de 20 e calcular divisões entre partes iguais, com apoio de imagem.
No último nível, estão os estudantes que devem ser capazes de ler as horas e os minutos em relógios analógicos, sabem ler alguns elementos de gráficos de barra, fazem operação de subtração com até três algarismos e divisão em partes iguais ou em proporcionalidade sem auxílio de imagens.
Mais leitura
Conforme a pedagoga e especialista em alfabetização Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, as avaliações são necessárias e, mesmo com a maioria dos dados positivos em Presidente Prudente, o aprendizado insuficiente constatado preocupa, por menor que seja a porcentagem. "Não se pode dizer que está tranquilo. Mas, quando se trata de alfabetização, é preciso compreender um contexto que vai além da atuação da escola e dos professores", explicou ao G1.
Conforme a pedagoga e especialista em alfabetização Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, as avaliações são necessárias e, mesmo com a maioria dos dados positivos em Presidente Prudente, o aprendizado insuficiente constatado preocupa, por menor que seja a porcentagem. "Não se pode dizer que está tranquilo. Mas, quando se trata de alfabetização, é preciso compreender um contexto que vai além da atuação da escola e dos professores", explicou ao G1.
A pedagoga ainda disse que a alfabetização é um processo em que a criança vai compreendendo os conceitos e aprendendo a diferenciar a escrita da fala e as funções da matemática. "A alfabetização leva cerca de quatro anos. Então, se a criança começa com seis anos, ela vai ter uma compreensão melhor com dez anos. Durante este processo, é preciso que ela seja estimulada com muita leitura para ver a diferença entre as palavras com 'l' e 'u' ou para que serve a multiplicação e a divisão. Antes disso, conceitualmente ela não chegou a este nível, pois existe um raciocínio lógico, que não é fácil", pontuou.
Entretanto, muitas vezes, as crianças não têm estímulos em casa. "Quando se fala em escola pública, muitos pais são analfabetos, então, na casa não há o hábito de leitura, não há o uso social da escrita, seja com um simples bilhete. Se não tiver estes estímulos com boas revistas, histórias em quadrinhos, a criança não vai aprender de maneira eficiente", salientou a pedagoga.
Por isso, ela acredita que é importante que sejam criados programas junto com os pais, para que possam compreender a importância da leitura. "A Educação de Jovens e Adultos [EJA] precisa ser alimentada. A cidade também precisa ser cidadã, as praças precisam ter placas que tenham o nome e expliquem o porquê deste nome. Precisamos de bibliotecas a que todos tenham acesso, pois a maioria só vê televisão", disse a especialista.
Entenda o exame
Em 2012, o governo criou o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), um compromisso dos governos federal, estaduais e municipais para garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas quando concluírem o 3º ano do fundamental. A ANA, que começou a ser realizada em 2013, é feita com os estudantes em duas provas: na de língua portuguesa, há 17 questões de múltipla escolha e três de produção escrita. Na prova de matemática, são 20 questões de múltipla escolha.
Em 2012, o governo criou o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), um compromisso dos governos federal, estaduais e municipais para garantir que todas as crianças estejam alfabetizadas quando concluírem o 3º ano do fundamental. A ANA, que começou a ser realizada em 2013, é feita com os estudantes em duas provas: na de língua portuguesa, há 17 questões de múltipla escolha e três de produção escrita. Na prova de matemática, são 20 questões de múltipla escolha.
Na divulgação dos dados da ANA de 2014, a primeira vez que o resultado do Brasil foi divulgado publicamente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não indicou quais níveis de cada escala representam aprendizado adequado.
Mas, segundo o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, apenas os estudantes que não passaram do nível 1 preocupam o governo. "O nível 1 é francamente inadequado, a pessoa não consegue ler mais que uma palavra. Isso a gente não pode aceitar, tem que zerar. É um avanço modesto, estamos falando só de escola pública. É claro que será desejado que todos cheguem ao nível 4. Mas, a partir do 2, temos uma pessoa que está lendo e compreendendo o que lê", explicou ele.
De acordo com o governo federal, em 2014 o Brasil tinha 3.294.729 estudantes matriculados no 3º ano do fundamental, considerando as redes pública e privadas, na zona urbana e em escolas do campo.
Fonte:
http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/em-presidente-prudente-1015-dos-alunos-so-leem-uma-palavra.html
Fonte:
http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/em-presidente-prudente-1015-dos-alunos-so-leem-uma-palavra.html
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